Governador do Acre diz que ponte que liga Brasil à Bolívia materializa desejo de integração
2004-08-19
O governador do Acre, Jorge Viana, classifica o encontro que ocorreu na semana passada entre os presidentes do Brasil, da Bolívia e do Peru como histórico. —Há cem anos, o Brasil vivia um conflito com a Bolívia e com o Peru para definir onde seria a fronteira. Cem anos depois, a gente sela a paz, tem a união dos nossos povos—. Os presidentes dos 3 países participaram no último dia 11 da inauguração da ponte Wilson Pinheiro, que liga o município de Brasiléia, no Acre, à cidade de Cobija, na Bolívia. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o governador afirmou que a inauguração da ponte materializa o desejo de integração. —Seja para comprar, vender produtos ou para buscarmos uma vida melhor para os nossos povos, temos que estar juntos nisso—, defendeu o governador.
Segundo Jorge Viana, uma outra ponte ligando o Brasil ao Peru está sendo construída e deve ficar pronta em um ano. Os países também têm tomado medidas para diminuir a burocracia e facilitar o tráfego entre os países. —O presidente Lula, o presidente da Bolívia e o presidente do Peru assinaram os tratados que liberam o uso de passaporte e de visto para sair do Brasil, entrar no Peru ou na Bolívia. Isso agora depende de uma tramitação dentro do Congresso desses países e até o final do ano ficam certas. Não será mais necessário usar passaporte—.
Proteção ambiental
O governador disse ainda que a expansão econômica da região deve levar em conta a preservação do meio ambiente. —Significa dizer que nós não podemos permitir que a estrada seja um problema, que venha destruir o meio ambiente, desmatar. Estrada na Amazônia, se não for feita com responsabilidade, pode trazer problemas e muitas destruições—. Segundo Viana, as estradas devem integrar a população de áreas isoladas. —Tem que ter um plano de incorporação das famílias que vivem nas áreas isoladas, um plano de proteção ao meio ambiente, porque senão vem a especulação junto com a estrada, vem a grilagem de terras e vem também a violência, o conflito social. Isto nós não queremos—, declarou o governador. (Agência Brasil, 18/08)