Mais de 310 garimpeiros de Tucuruí aguardam o início do cadastramento, que será feito pela Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), provavelmente a partir de amanhã. Os nomes devem ser tomados para fechar o grupo que poderá ser beneficiado com a retomada da retirada do ouro do garimpo, que deverá ser executada pela empresa norte-americana de lapidação de pedras preciosas Phoenix Gems . Porém, a falta de alguma comunicação oficial, como a publicação do edital, leva os garimpeiros a temer que este processo ainda demore mais. Segundo o representante da categoria em Tucuruí, Germano Ribeiro, nada está definido. O garimpeiro José de Arimatéia Silva, conhecido como Benezer, acredita que este cadastro deverá ocorrer em Marabá, Imperatriz (MA) e na própria Serra Pelada.

Parceria

— Depois do cadastramento, vamos negociar a parceria com a Phoenix e receber o dinheiro que está na Caixa Econômica Federal, referente ao resíduo de ouro, paládio e outros metais, afirma Benezer. Ele informa que até 1994, esse valor era de R$ 108 milhões, que seriam distribuídos em cerca de 45 mil garimpeiros em todo o Brasil, dando uma média de R$ 2,4 mil para cada um. Germano Ribeiro afirma que a empresa mineradora apresentou uma proposta de que o ouro retirado de Serra Pelada seria dividido da seguinte forma: 40% ficariam para os garimpeiros e 60% para a Phoenix, que arcaria com todas as despesas para extração do metal. — Nós não vamos trabalhar, enfatiza Benezer. Além disso, estão em estudo outros itens da proposta: o pagamento de R$ 5 mil quando iniciarem os trabalhos e uma casa. — Acho que isso já está descartado, afirma Benezer. — Queremos discutir mais a respeito. Não temos uma pessoa jurídica para analisar a proposta a fundo, completa Germano Ribeiro.