Polêmica no processo contra empresas de eletricidade dos Estados Unidos
2004-08-19
Enquanto procuradores-gerais dizem que a nova ação contra empresas de eletricidade norte-americanas poderá ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, especialistas da imprensa afirmam que, na realidade, as ações apenas darão mais publicidade a essas empresas. Há poucas semanas, o procurador-geral de Nova Iorque, Eliot Spitzer, e seus colegas da Califórnia, Connecticut, Iowa, Nova Jersey, Rhode Island, Vermont e Wisconsin, bem como do conselho corporativo de Nova Iorque, entraram com ação contra grandes empresas de eletricidade, forçando-as a reduzir suas emissões de efeito estufa. Mas o que parece uma batalha contra o aquecimento global pode ter, na realidade, uma jogada publicitária, pois o caso promete parar em corte federal, onde uma solução efetiva ficará mais lenta e distante. Mas o que os procuradores estaduais querem é criar uma jurisprudência no caso, dizem os jornalistas especializados. E eles nem sequer calcularam, nessa ação, os efeitos das emissões dessas usinas de eletricidade sobre o aquecimento global no mundo. O fato é que essas usinas, juntas, produzem 2,5% das emissões de dióxido de carbono do mundo e que um corte racional exigiria, dos Estados Unidos, a assinatura do Protocolo de Kyoto, e não ações isoladas que não trarão um resultado homogêneo de emissões de poluentes do tipo gases estufa. O país é responsável por nada menos que 25% das emissões de dióxido de carbono do mundo. Deveriam também, então, ser processados os demais setores norte-americanos que emitem esse poluente, não apenas as usinas de eletricidade. (Newsweek 13/08)