Falta de segurança em Mihama já havia sido detectada em 1999
2004-08-18
No início de 1999, um grupo de cientistas e engenheiros nucleares da Alemanha havia recém voltado para Osaka, no Japão, após visitar as instalações da usina nuclear na cidade de Fukui. Sentados no bar do Hotel New Otani, eles pareciam profundamente perturbados. - O equipamento e o estado das plantas é muito ruim, bem abaixo dos padrões aceitos legalmente na Alemanha. Não podemos acreditar que um país tecnologicamente avançado como o Japão permita que suas plantas nucleares fiquem perigosas dessa forma, disse um engenheiro dessa equipe aos repórteres do Japan Times. Desde então, a indústria nuclear japonesa tem sofrido uma série de escândalos, acidentes e subornos. O acidente com o reator de fissão nuclear na planta movida a urânio de Tokai, na cidade de Ibaraki, em setembro de 1999, o escândalo envolvendo a falsificação de dados de combustível MOX e contínuos acidentes disfarçados, além de erros técnicos, levaram um número crescente de pessoas a rever seus conceitos sobre a necessidade política da energia nuclear. Isto se intensificou com o acidente no reator nuclear número 3 da Kansai Electric Power Co. (Kepco), na semana passada, na usina de Mihama, em Fukui, no qual morreram quatro trabalhadores e sete outros se feriram gravemente. O Centro de Informação Nuclear de Cidadãos, localizado na cidade de Tóquio, está de olho nos 52 reatores nucleares do Japão. No ano passado, foram reportados 46 problemas significativos em 10 plantas e unidades de combustível nuclear. Desses, 25 envolveram dutos quebrados e outros problemas com equipamentos. E 61 problemas foram encontrados nas usinas nucleares no ano seguinte, 22 dos quais envolvendo avarias nos dutos. (Japan Times 16/08)