Presidente da Corsan quer empresariado atuando forte no saneamento
2004-08-17
O presidente da Corsan, Vitor Bertini, foi ontem ao Sinduscon-RS disposto a estimular o empresariado do setor a atravessar a linha do Mampituba e disputar mercado fora do Rio Grande do Sul. Para ele, o Estado tem porte para abrigar pelo menos duas empresas do ramo de construção civil de porte nacional. Bertini acredita que, por uma questão de necessidade do país, o setor de saneamento deverá gerar muitos negócios daqui para a frente, independentemente dos arranjos institucionais em que se façam.
Crítico da proposta do governo de política de saneamento, ele argumenta que o problema do setor está na dificuldade de obter recursos, já que a capacidade financeira das empresas é limitada pelo poder aquisitivo dos usuários e a busca de dinheiro no mercado tem um custo excessivo. — Fazer esgoto é quatro vezes mais caro do que fazer água e não dá para cobrar quatro vezes mais na tarifa, diz ele. Vitor Bertini ressalta que, com exceção de 1997 e 1998, quando foi o apogeu do Pró-Guaíba, a Corsan praticamente só investiu recursos próprios. No ano passado foram R$ 48,8 milhões. Este ano, serão cerca de R$ 70 milhões. — Não recebemos nada do governo federal, nem em 2003 nem em 2004, afirma. Apesar disso, a Corsan vai bem, diz Bertini. Tem 2 milhões de clientes (343 municípios) no abastecimento de água e 200 mil contas (43 concessões) em esgoto. São 7 milhões de usuários e receita de R$ 65 milhões/mês. O lucro, de R$ 24 milhões no primeiro semestre, deve chegar a R$ 30 milhões no ano. (CP/Denise Nunes/14)