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2004-08-16
Pior furacão a atingir a Flórida nos últimos 12 anos, o Charley deixou um rastro de destruição, matando pelo menos 13 pessoas no sudoeste do Estado, segundo informação da agência de notícias Reuters. Milhares de pessoas estão desabrigadas e cerca de 1,1 milhão ficou sem eletricidade.
Ligeiramente enfraquecido após sua passagem pelo continente, ele seguia para a costa do Estado da Carolina do Sul. Com ventos de 233 km por hora, o Charley destruiu casas, arrancou árvores e tombou caminhões, sobretudo na região da cidade de Punta Gorda (sul). Trailers, que não têm fundações, sofreram os piores estragos. O furacão de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai até 5) atingiu a costa oeste da Flórida na sexta-feira à tarde com mais força do que o inicialmente previsto. — Houve uma série de fatalidades num estacionamento para trailers no condado de Charlotte, onde fica Punta Gorda, disse Wayne Sallade, chefe da defesa civil do condado. Sallade também afirmou que houve mortes em pelo menos três outras áreas do condado e que poderá levar dias até que se chegue à contagem final. Centenas de pessoas estavam desaparecidas em Charlotte e milhares ficaram desabrigadas, afirmou Sallade. Cerca de 80% dos edifícios foram danificados.

Novo Andrew
Ele comparou a devastação com a provocada pelo furacão Andrew em 1992, que matou 26 pessoas. Também houve grandes estragos em Captiva Island, um luxuoso balneário a oeste de Fort Myers. — É como o Andrew mais uma vez, disse. — Acreditamos que houve significativa perda de vidas, acrescentou Sallade. Antes, a tempestade havia matado três pessoas em Cuba e uma na Jamaica. O governo federal anunciou o envio de uma equipe de 25 legistas com 60 sacos mortuários e dois caminhões refrigerados. Depois de cruzar a Flórida e voltar ao oceano, onde pode ganhar força novamente, o furacão Charley se dirigiu para a costa da Carolina do Sul. As estradas do Estado ficaram congestionadas durante toda a noite de sexta-feira, com turistas e residentes tendo de cumprir a ordem de evacuação obrigatória emitida pelas autoridades locais. Às 8h00 (9h00 de domingo (15/08) no horário de Brasília), o centro da tempestade se encontrava 55 km a su-sudoeste da cidade de Charleston, na Carolina do Sul, e se movia a 45 km/h. Os meteorologistas previam que o furacão voltaria a ganhar força e chegaria a ter ventos de até 137 km/ h. O presidente George W. Bush declarou a Flórida área de desastre, disponibilizando dinheiro federal para os condados de Charlotte, Lee, Manatee e Sarasota. O governador da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente, disse que o Estado sofreu grande devastação. Após sobrevoar de helicóptero parte da região afetada, o governador declarou: — Quando se vê a devastação de cima, seria muito chocante se não houvesse mortos.

Acesso difícil
Mais de 30 estacionamentos de trailers foram devastados em Charlotte, disse Bob Carpenter, porta-voz do gabinete do xerife do condado. Ele afirmou que equipes de resgate estavam sendo enviadas para os locais para buscar por corpos e por sobreviventes, mas o acesso estava difícil. — Não conseguimos chegar com os veículos -há muitos escombros, afirmou. O furacão Charley ganhou força rapidamente na sexta-feira (13/08) depois de cruzar Cuba e passar ao largo de Florida Keys ainda como um furacão de categoria 2 na manhã de sexta. Cerca de 1,4 milhão de pessoas foram evacuadas como medida de precaução contra o mais forte furacão a atingir a Flórida desde a passagem do Andrew em 1992. O Estado colocou 5.000 soldados da Guarda Nacional em alerta para lidar com os estragos provocados pela tempestade. A quarta depressão tropical desta temporada de furacões se formou na sexta-feira no oceano Atlântico e recebeu o nome de Danielle, mas, pelo momento, ela não parece constituir uma ameaça. A quinta estava em formação no Domingo e poderia atingir ilhas no sudeste do mar do Caribe.(FSP 15/08)

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