Brasken é uma das empresas apontada como lobista pró-amianto
2004-08-16
Em novembro de 2003, Fernanda Giannasi fiscalizou a Eternit da Bahia, a Dow Química (complexo de cloro-soda). No dia 01/12/2003 fiscalizou a mina de amianto abandonada de Jaramataia de Alagoas e 02/12/2003 estava dentro da antiga SALGEMA em Maceió (hoje Triken/Brasken - a maior petroquímica nacional do grupo Oderbrecht também fabricando cloro-soda à base de diafragma de amianto). — Neste dia eu tinha acabado de dar uma entrevista no Bom Dia Alagoas da Globo e fui direto para a fábrica quando fui surpreendida com um fax do MTE de Brasilia me mandando retornar direto para São Paulo, sem nenhuma explicação, lembra Fernanda. Por conta da ordem Fernanda nao pode fiscalizar em Pernambuco a empresa Igarassu produzindo cloro-soda à base de mercúrio e nem a fábrica da Brasilit de Recife para verificar a nova tecnologia empregada para substituir o amianto. — Achava que fosse um caso isolado, mas quando me preparava em meados de dezembro para fiscalizar o emprego de cloro na unidade da Aracruz celulose no Espírito Santo me chegou um outro fax, dizendo que eu não saísse de São Paulo até segunda ordem. As outras empresas que seriam fiscalizadas na mesma ocasiao eram:
— Minas Gerais - Cenibra/Belo Oriente - cloro para indústria de papel à base de amianto e a mina abandonada de amianto em Virgolândia - próximo de Governador Valadres;
— Rio de Janeiro - Eternit de Guadalupe, Asberit e a Pan Americana fabricante de cloro por células de mercúrio);
— Rio Grande do Sul - Riocel, Brasilit, Isdralit (cimento-amianto), Fras-Le, Onduline e Fresbestos na grande Porto Alegre para verificar o cumprimento da lei gaúcha de abandono do uso do amianto;
Na opiniao de Fernanda as empresas (em especial as produtoras de cloro-soda que não querem mudar a tecnologia - mercúrio e amianto - associada ao grupo multinacional do cimento-amianto) fizeram gestão junto aos eternos membros dos terceiros e quartos escalões do Ministério do Trabalho. — São esses funcionários que de fato decidem, porque dominam a máquina burocrática e sabem como emperrá-la, e que estão lá de longa data sustentados pelo empresariado retrógrado para impedir grandes avanços nesta área, acredita Giannasi.