Técnicos vêem riscos na liberação do algodão transgênico
2004-08-13
Técnicos da Delegacia Federal de Agricultura de Mato Grosso (DFA-MT) listam diversos riscos referentes à uma liberação precipitada do algodão transgênico no Brasil. Segundo o fiscal da DFA-MT, Wanderley Guerra, a pesquisa da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, que diz que os riscos de contaminação transgênica em lavouras convencionais é de 3% a 7% está equivocada. Os técnicos afirmam que as chances de contaminação por polinização no algodão são de 70%, já que insetos participam do processo, alimentando-se em várias plantas.
Outro ponto de grande preocupação com a invasão da transgenia são os perigos de inserção de novas pragas no território brasileiro. —A entrada clandestina, sem o registro do Ministério traz preocupação, pode tornar pragas conhecidas resistentes a determinados produtos, o que prejudica as pesquisas que já existem no País com relação aos transgênicos—, aponta.
Guerra destaca ainda, que a entrada clandestina pode trazer por exemplo a doença Murcha Fusarium, um fungo que sobrevive até 20 anos no solo, resiste as rotações e compromete o sistema radicular das plantas, se sem nutrientes murcham. —Esse é só dos riscos e vale lembrar que esta infração dá cadeia—, alerta. —Há muito o que esclarecer ainda—. (Diário de Cuiabá, 12/08)