Prefeitos traumatizados querem o fim das armas nucleares
2004-08-12
Ao mesmo tempo em que a diretoria da Kepco, empresa dona da usina nuclear que sofreu uma grande avaria na segunda-feira (09/08), visitou vítimas em hospitais, os prefeitos de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, e Nagasaki, Itcho Ito, soltaram o verbo, terca-feira (10/8), para pedir o fim do uso de armas nucleares. Ambos culpam os Estados Unidos por esse tipo de problema, algo que seria resultado da visão egocêntrica norte-americana, como disse Akiba. Na cerimônia que lembrou as vítimas das bombas norte-americanas sobre as cidades japonesas na Segunda Guerra Mundial, os dois prefeitos foram incisivos em suas conversas com o primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que participou de cultos em ambas as cidades. Eles pediram que o governo central japonês não seja condescendente com o espírito beligerante americano que defende o uso de armas nucleares. Esse corpo-a-corpo dos prefeitos japoneses tem um endereço e uma data certos: é a Conferência do Tratado de Não-proliferação Nuclear, evento que será realizado em maio do ano que vem, em Nova Iorque. A Grã-Bretanha, a China, a França, a Rússia e os Estados Unidos são os países que mais serão espremidos por ativistas e governos contrários ao uso de armamentos nucleares. O Japão promete fazer parte dessa pressão, mas sabe-se lá o que o espera depois do acidente de segunda-feira (09/08), mesmo que continue usando a energia nuclear, como se diz, para fins pacíficos.