OPERAÇÃO AR PURO SE RESTRINGE A ÔNIBUS E LOTAÇÕES
2001-08-21
Desde 1996, a Secretária Municipal do Meio Ambiente (Smam) promove blitz em Porto Alegre para verificar a poluição emitida pelos veículos automotores que trafegam pela cidade. Até o momento, entretanto, o procedimento se restringiu a ônibus e lotações, já que o itinerário específico desses veículos facilita a fiscalização e a autuação. O controle, que faz parte da Operação Ar Puro, foi feito duas vezes este ano: em 27 de março, com 140 ônibus, dos quais 41 apresentaram irregularidades e, a mais recente, no dia 14 de agosto, em que foram vistoriados 69 veículos, e houve 16 autuações. Antes das operações, a Smam faz uma reunião com representantes das empresas de transporte da Capital, não somente para reduzir a poluição causada pelos coletivos, mas também para conscientizar os empresários sobre a questão ambiental, explica o Supervisor de Meio Ambiente da Prefeitura, Manuel Zurita. Para que haja a blitz, entretanto, é necessário que as condições atmosféricas estejam boas, isto é, se o tempo estiver nublado ou chuvoso os trabalhos não são realizados. A Operação Ar Puro fiscaliza o nível de poluição emitido pela descarga dos veículos. Um técnico da Smam se posiciona em lugar estratégico, onde o motor dos veículos é mais exigido. Aqueles que estiverem soltando fumaça preta em excesso são retirados de circulação. O nível de fumaça é medido através da escala Ringelmann. De acordo com os tons de cinza presentes na tabela, é possível saber o grau de poluição lançado ao ar pelo escapamento dos veículos. Em geral, 10 a 15% dos veículos são infratores. O fiscal avisa por rádio à equipe, que se dirige ao terminal e faz a autuação. Além de multados, os veículos são impedidos de trafegar até resolverem o problema da descarga. Quando são muitos os infratores, a Prefeitura não recolhe todos os coletivos de uma vez para não prejudicar a população. Recolhem-se os primeiros autuados. Os demais, após a notificação, tem 48 horas para melhorar os índices de poluição. A Smam também planeja fazer a operação com caminhões, apesar da dificuldade de punir os infratores, pois estes veículos não tem itinerário específico. - Para efetivar as autuações, seria necessário o apoio da Brigada, conclui Zurita. Quanto aos veículos que fizeram a conversão para o Gás Natural Veicular, o Supervisor de Meio Ambiente da Capital admite que, no momento, não há condições de testar se esta nova frota. -- É claro que, em tese, os carros com esse motor poluem menos, pois não utilizam o enxofre, o que ameniza o teor menor de emissão. Mas a melhora dos índices de emissão depende de uma mudança bem feita, isto é, uma conversão adequada ao motor do automóvel. A legislação federal, ainda não implementada, prevê esse controle, mas por enquanto a Prefeitura não tem condições de fazer esse trabalho que demanda uma estação de monitoramento da qualidade do ar.