Vítimas do Césio 137 serão ouvidas pelo Ministério da Justiça
2004-08-09
Representantes do Greenpeace, da Associação de Vítimas do Acidente do Césio 137 e do Conselho Regional de Psicologia (GO-TO) entregaram sexta-feira (06/08) ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, do Ministério da Justiça, um pedido para que o governo dê assistência às vítimas do acidente de Goiânia. Ao receber o vídeo Césio 137 - O Brilho da Morte e os documentos sobre o caso, Perly Cipriano, membro do Conselho, já assumiu o compromisso de agendar para 16 de setembro uma reunião de representantes do órgão com as vítimas, para que elas possam dar seus depoimentos.
Até hoje, 17 anos após o pior desastre radiológico do mundo, as pessoas afetadas ainda não foram devidamente indenizadas e continuam sem auxílio adequado por parte do governo. — Nós exigimos que o governo federal reative a Fundação Leide das Neves Ferreira para que ela possa fornecer assistência - médica, psicológica e social - até a terceira geração das vítimas. Também é necessário que a Fundação tenha participação nas três esferas do poder público, afirmou Odesson Alvez Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio 137.
Para Júlio Oliveira Nascimento, presidente do Conselho Regional de Psicologia de Goiás/Tocantins - que tem prestado assistência às vítimas do Césio 137 -, é preciso que o governo federal assuma sua responsabilidade pelo episódio de Goiânia. — O governo tem de se comprometer a desenvolver políticas públicas de saúde e resgate da cidadania das vítimas. — Antes dos ministérios de Defesa e de Ciência e Tecnologia pleitearem a expansão das atividades nucleares no País, eles deveriam garantir que as fontes radioativas já existentes estivessem sob controle absoluto, disse Sérgio Dialetachi, da Campanha de Energia do Greenpeace Brasil.