Bahia, Paraná, RS e SP são os que mais preservam a Mata Atlântica
2004-08-05
Em maio, foi lançado o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que revela a situação do ecossistema em 2.815 municípios de dez estados brasileiros. Por este motivo, a revista Família Cristã de agosto publica o ranking das nove cidades que apresentam maior área de remanescentes florestais da Mata Atlântica. São estas: Ilha Bela / SP (92%), Barro Preto / BA (90%), Riozinho / RS (90%), Ubatuba / SP (88%), Iporanga / SP (88%), Uruçuca / BA (88%), Antonina / PR (87%), Tapiraí / SP (87%) e Pedro de Toledo / SP (84%).
Na época do descobrimento do Brasil, a mata Atlântica cobria 15% do território nacional, o equivalente a 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Após um processo contínuo de devastação, restam 7,8% da cobertura original, ou seja, cerca de 102 mil quilômetros quadrados. Para o diretor de Relações Institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, se não forem tomadas providências a partir de agora, a reserva florestal pode desaparecer em 30 anos. A declaração de Mantovani tem base na observação de um sistema de monitoramento via satélite, da SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe, que denuncia a intervenção humana sobre a floresta nos últimos 15 anos. A derrubada de verde para atividades agrícolas, além de extração de madeira e especulação imobiliária são as principais ameaças à reserva florestal, cujo desmatamento segue em ritmo de um campo de futebol a cada quatro minutos.
Para reverter este quadro, há o Projeto de Lei da Mata Atlântica (PL 3.285/92), que discrimina o que pode ou não ser feito na floresta, e busca um equilíbrio entre a preservação e o uso econômico dos recursos naturais. Aprovado em dezembro pela Câmara Federal após 11 anos de tramitação, o projeto vai passar por apreciação do senado, para que sejam feitas modificações.