Expansão do agronegócio resulta em aumento das queimadas, diz especialista
2004-08-05
A falta de chuvas e o ar mais seco neste período do ano favorecem a proliferação de queimadas, muito comuns na área rural e um risco para meio-ambiente. O alerta é do meteorologista Carlos Magno, diretor executivo da Climatempo Meteorologia. O mês de julho deve fechar com 15.200 pontos de queimadas, enquanto que em janeiro foram 2.300. A explicação, segundo o especialista, está no crescimento das fronteiras agrícola e pecuarista que têm se aproximado cada vez mais de florestas. — É uma conseqüência negativa da expansão do agronegócio no país, diz Magno.
As áreas de maior concentração de focos estão no Centro Norte de Mato Grosso e no Sul do Pará. Na maioria dos casos, o próprio agricultor destas regiões faz a queimada para limpar a área e preparar a terra para o plantio ou para a criação do gado. — Isso é tradicional no Brasil porque é mais barato, afirma o meteorologista. Ele destaca que a intensidade dos ventos no inverno também faz com que o fogo se espalhe. De acordo com Magno, a ocorrência de queimadas também é comum nas regiões Centro Oeste, Sul da região Norte, sertão nordestino e interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais.