EUA paralisam projeto de fusão nuclear
2004-08-04
Depois de prolongadas discussões sobre onde construir o maior reator de fusão nuclear do mundo, os Estados Unidos paralisaram o seu projeto doméstico de fusão nuclear. A decisão causou preocupação entre cientistas em um encontro sobre o tema realizado na semana passada. Os Estados Unidos estão depositando suas esperanças no projeto do Reator Experimental Internacional Termonuclear (ITER), que tem por objetivo o uso da fusão nuclear em áreas subterrâneas, prometendo ser uma fonte limpa e inexaurível de energia. Contudo, desde dezembro de 2003, as seis partes integrantes do projeto - Estados Unidos, União Européia, China, Japão, Coréia do Sul e Rússia - não estão em acordo sobre onde construir o reator. A União Européia, a China e a Rússia são favoráveis à sua localização na cidade francesa de Cadarache, enquanto que os Estados Unidos, a Coréia do Sul e o Japão querem que ele se localize na cidade japonesa de Rokkashomura. O impasse persiste, mesmo que a União Européia e o Japão tenham amenizado seus ânimos em junho, cada um concordando em pagar a metade do custo de construção do ITER, estimado em US$ 5 bilhões. Houve até rumores de que cada parte estaria já construindo o reator por sua própria conta. Agora, porém, os Estados Unidos chegaram ao final de um prazo estabelecido em 2002 para um projeto de menores proporções chamado Experimento de Pesquisa de Fusão Ignição (FIRE), que depende do ITER para decolar. Os planos para o ITER começaram, de fato, em 1998. Segundo deliberação do Congresso norte-americano, devem ser liberados aproximadamente US$ 2 milhões por ano para este projeto, a partir do final de setembro. (Newscientist 1º/08)