Reciclagem de sucata tecnológica toma corpo no Brasil
2004-08-04
Está em desenvolvimento no Brasil um mercado para reciclar a sucata tecnológica. A estreante A7 foi criada por ex-executivos de empresas de tecnologia, que enfrentaram o problema enquanto trabalhavam em suas companhias. Antes de destruírem os computadores, os logotipos são retirados, para evitar que a empresa seja responsabilizada caso a peça vá para o mercado informal. Logo após, os equipamentos são transformados em ouro, prata, bronze e outros metais: produtos retirados do circuito dos computadores. Por fim, são vendidos para as mesmas empresas, que os utilizarão para fabricar novos computadores.
O Brasil produz anualmente 30 mil toneladas de aparelhos eletrônicos, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Quando foi aprovada a Resolução 257 da Conama, em 1999, que obrigava os fabricantes de pilhas e baterias a recolherem os materiais usados, esperava-se que a medida atingisse outros equipamentos, principalmente os de informática, elaborando até um projeto. Mas este foi engavetado, sem previsão para ser reaberto. Essas recicladoras atendem os fabricantes de hardware, que não procuram resolver exclusivamente a questão ambiental: companhias como a IBM, Dell e Samsung temem o comércio da pirataria.
No entanto, o problema das sucatas tecnológicas ainda não é alarmante, uma vez que o país ainda passa por um processo de doação hierarquizada, no qual os parentes passam os computadores uns para os outros, até serem inutilizados. (Revista Amanhã, 30)