Catadores transformam lixo em renda
catadores de lixo
2004-08-03
Incentivados pelo Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento do Emprego e Cidadania (Ceadec), os catadores de Sorocaba (SP) se uniram aos de outras quatro cidades para a venda conjunta do material, fazendo surgir a Rede Solidária de Cooperativas de Reciclagem, com 225 famílias. No maior volume, eles conseguem preços melhores. Agora, uma parceria com a Petrobrás está garantindo à rede uma verba de R$ 394 mil para a compra de um caminhão, caçambas e uniformes completos. As cooperativas admitem apenas desempregados. As tarefas são distribuídas pela coordenação. Cerca de 80% dos cooperados trabalham na coleta. O restante se divide entre a triagem e a administração. Todos usam uniformes, luvas e crachás de identificação. Em Sorocaba, a Coreso recolheu 101 toneladas de material em junho.
O volume não chega a 2,5% das quase 150 toneladas de lixo reciclável que a cidade produz por dia. O papel foi vendido por R$ 0,27; o plástico comum, por R$ 0,75; o PET, por R$ 0,90; e o vidro, por R$ 0,12, em média. A receita é rateada de acordo com a produção. Fabrício recebeu R$ 894,35 pelo que coletou, o que dá quase 3,5 salários mínimos. Seu irmão mais velho, de 20 anos, trabalha numa loja e ganha um salário mínimo. O presidente da Coreso, José Augusto Rodrigues de Moraes, conta que já tem gente na espera para entrar na cooperativa. —Estamos aumentando o número aos poucos, à medida que os compradores exigem mais material—, contou. Segundo ele, empresas de várias partes do Estado compram a produção da Coreso. Três estão produzindo, experimentalmente, placas de sinalização a partir do plástico de garrafas PET.
O produto está sendo testado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo. A parceria com a Petrobrás deve implicar um aumento de 30% na produção este ano. O quadro de cooperados vai crescer, mas não na mesma proporção, pois o objetivo é ampliar em 25%a renda das famílias. (Celulose online, 02/08)