Brasil assume primeiro lugar em florestas certificadas na AL
2004-08-03
Com a recente certificação no sistema FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) de 545.535 hectares de florestas da Orsa Florestal Ltda. (Grupo Jari) no estado do Pará, 4.923 hectares da Agroflorestal Vale do Guaporé em Rondônia e a expansão da área certificada da Cikel Brasil Verde, que agora soma 248.899 hectares no Pará, o Brasil ultrapassou a Bolívia e agora está em primeiro lugar em área florestal certificada em toda a América Latina. O Brasil tem hoje 1.249.204 hectares de florestas naturais da Amazônia certificadas e outros 1.051.669 hectares de plantações (principalmente Pinus e Eucalipto) certificadas, o que totaliza 2.300.874 hectares de florestas certificadas.
Segundo o coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, Luís Meneses, isto constitui um marco a ser celebrado e um resultado que reflete a liderança do WWF na promoção e apoio à certificação FSC no Brasil. Desde 1996, quando se formou o primeiro Grupo de Trabalho do FSC no país, sob a presidência do WWF-Brasil, a certificação florestal avançou em todo o Brasil. Incubado como um projeto do WWF-Brasil, o FSC-Brasil virou uma organização independente em 2001 e o país sedia três grupos autônomos que são membros da Rede de Comércio Global Certificado: Grupo de Compradores de Madeira Certificada, Grupo de Produtores Florestais Certificados da Amazônia e Grupo de Produtores Florestais Comunitários do Acre.
Existem 42 organizações detentoras de florestas certificadas, cinco das quais são manejadas por comunidades que habitam e trabalham na floresta e 193 empresas que possuem a certificação da cadeia de custódia, o que permite colocar o selo FSC no produto final. O selo FSC atesta a procedência do insumo florestal de uma floresta certificada e é um testemunho de que o manejo florestal está sendo feito de forma legal, ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável. Além do apoio ao FSC-Brasil, o WWF-Brasil desenvolve, juntamente com parceiros locais, diversos projetos de manejo e certificação florestal comunitária no Acre, Rondônia e Amapá, bem como um projeto piloto de manejo sustentável do mogno (no Acre). O WWF-Brasil também foi parceiro no projeto demonstrativo Florestas para Sempre, em Paragominas, no Pará, onde foi desenvolvido uma metodologia para a exploração sustentável da madeira amazônica em escala industrial. Além da madeira, outros produtos florestais não madeireiros estão sendo certificados: óleo de copaíba, palmito de açaí, frutos e sementes de palmeiras (jarina, murmuru, patauá), castanha e couro vegetal (da borracha natural).