Queimadas reduzem chuvas locais e aumentam as tempestades
2004-08-02
A exportação da fumaça das queimadas na Amazônia pode provocar efeitos climáticos em regiões como o sul do Brasil, Argentina, Paraguai, Atlântico Sul e Pacífico equatorial. A afirmação foi apresentada pela pesquisadora e coordenadora geral do CPTEC/INPE, Maria Assunção Faus da Silva Dias, na 3ª Conferência Científica do LBA - Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia. Parte da fumaça das queimadas se desloca e permanece no ar, impedindo a chegada da radiação solar ao solo, dando origem às frentes frias. A chuva, por sua vez, lava a fumaça e traz para o chão, produtos originariamente distantes daquele local, devido à migração dos gases. A penetração de compostos estranhos àquele ecossistema pode causar mudanças, como a exterminação de espécies. As queimadas também provocam alterações na freqüência e na composição das chuvas. As partículas que ficam no ar fazem com que as gotículas de água tornem-se muito pequenas, retardando o tempo de formação de nuvens e a sua conversão em chuva. Quando ocorre a precipitação, as nuvens estão bastante carregadas, ocasionando as tempestades. Quando não há queimadas, as nuvens se formam mais rapidamente, transformando-se em chuva limpa. Isso significa que, em um primeiro momento, as queimadas produzem mais tempestades e menos chuvas locais. (SBS, 30/07)