Queimada e geração de biomassa: um impasse em São Paulo
2004-07-29
Apesar de haver diversos dispositivos legais regulando a questão da queimada na agricultura, existe muita discussão em torno da possibilidade de tornar melhor o aproveitamento dessa prática, caso ela persista. Em São Paulo, isto é especialmente necessário devido à elevada produção de cana-de-açúcar e, conseqüentemente, de resíduos dela derivada. Afinal, são resíduos que, em vez de irem para o lixo, ou ficarem apodrecendo a céu aberto, ou ainda serem queimados sem qualquer cuidado ou propósito, podem virar energia – a tal biomassa. O decreto estadual 380, de 26 de junho de 2001, tratou de estender prazos até 2007 para resolver esse impasse das queimadas, para as áreas de lavoura mecanizada, e até 2014, para áreas onde não se usa mecanização na agricultura. A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), no entanto, tem um documento elaborado desde setembro de 2001 no qual apresenta as viabilidades de produção de energia através da queima racional dos restos de cana-de-açúcar. Conforme o documento, no Brasil todo existem 304 usinas de álcool, das quais 140 estão em São Paulo. Elsas geram em torno de 9 mil empregos diretos e, somente no Estado paulista, são responsáveis por 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A geração de resíduos de palha chega a 87,7 milhões de toneladas, no país, dos quais 51,4 milhões somente em São Paulo – dados de 2000.