Barreiras sanitárias também se preocupam com o bioterrorismo
2004-07-27
A adoção de políticas públicas com o objetivo de minimizar as barreiras sanitárias se justifica pelo tamanho do agronegócio brasileiro. Responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos no país, as vendas externas de produtos agropecuários renderam US$ 36 milhões em 2003. Nos últimos 10 anos, o setor cresceu a um ritmo significativo. Em 1993, as exportações chegaram próximo dos US$ 16 bilhões. São resultados que levaram a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), realizada em São Paulo no mês passado, a prever que o Brasil será o maior produtor mundial de alimentos na próxima década. Mas é justamente a intensificação do comércio internacional a maior ameaça à segurança sanitária do setor. O trânsito de produtos agropecuários e florestais é uma via de dispersão de espécies invasoras, que podem se proliferar em condições climáticas favoráveis e se transformar em pragas. Por isso, a qualidade dos alimentos e do meio ambiente são prioridades para garantir a qualidade de vida do homem. Daí a iniciativa de criação da Rede de Pesquisa em Sanidade Vegetal, que tem a participação de institutos de pesquisa e universidades, além de técnicos do ministério da Agricultura.
A rede tem como metas desenvolver e oferecer tecnologia fitossanitária; elaborar um banco de dados de pragas quarentárias e não-quarentenárias regulamentadas (que ajudará a identifica a vulnerabilidade da agricultura brasileira ao permitir avaliar os riscos das pragas potenciais); melhorar o resultado dos métodos moleculares de diagnóstico, propor ações fitossanitárias de controle, contenção, imunização e erradicação de pragas; desenvolvimento de práticas de manejo integrado de pragas de grande impacto econômico, que possam inclusive gerar certificação de commodities agrícolas de exportação; e o desenvolvimento de técnicas de aplicação de agroquímicos. (Agência Brasil, 26/07)