A Notícia divulgada na terça-feira, dia 20, que o governo publicará dentro de meses um relatório sobre as emissões brasileiras de dióxido de carbono (principal causador do efeito estufa) é capaz de mudar a relação de forças na definição de regras para o mercado de créditos de carbono. Isso porque o Brasil deverá ser listado entre os dez maiores poluidores do mundo – reforçando o argumento de que países como os estados unidos de eu não temos apenas créditos a gerar. Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), teve acesso a informações do relatório, segundo o qual o País produziria cerca de 300 milhões de toneladas de CO2 por ano, das quais a maioria gerada pelo desmatamento, pondo o Brasil em situação pior do que a Itália e do Canadá. A China e a Índia, por utilizarem combustíveis fósseis na matriz energética, também são grandes emissoras de Co2. E, assim como o Brasil, pertencem ao grupo Não Anexo 1, pelo fato de, historicamente, terem gerado menos gases que os países do primeiro Mundo – nações que, além de já terem destruído grande parte das florestas, queimam carvão mineral há muito tempo. Esta situação confortável dos países do Não –Anexo 1, no entanto, certamente será alterado se mantido o atual ritmo das emissões. (Carta Capital, 28 de julho)