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2004-07-26
Pesquisas feitas nos últimos anos em vários países, incluindo diversas cidades brasileiras, revelam que as pessoas não querem consumir alimentos transgênicos, um termo que já virou sinônimo de organismo geneticamente modificado (ogm). O temor por trás dessa reação, além de uma boa dose de desinformação, se deve principalmente a eventuais efeitos colaterais indesejados que os transgênicos poderiam provocar, seja no meio ambiente ou na saúde humana. Seja por uma causa ou outra, fato é que para muitos, transgênico é sinônimo de coisa ruim. Para esses, o futuro parecia sombrio, pois a chegada dos organismos geneticamente modificados foi tida como uma realidade da qual não escaparíamos. Tudo, ao longo das próximas décadas, seria transgênico.

Peixe no tomate

Todavia, a reação popular, costumeiramente tão menosprezada, está produzindo um sorrateiro e silencioso fenômeno nos laboratórios de biotecnologia, principalmente na área pública, a ponto de muitos especialistas acreditarem que nos próximos anos, as pesquisas com intragênicos irão suplantar as dos transgênicos. Intragênicos? Isso mesmo, intragênicos, um alimento também produzido por engenharia genética, mas diferente do transgênico. Veja o exemplo do tomate Flavr-Savr, o primeiro alimento transgênico vendido num supermercado dos Estados Unidos, isso em 1994. Nele, os cientistas introduziram o gene de um peixe, fazendo com que o tomate se tornasse mais resistente, chegando ao mercado sem apodrecer.

Esse é um caso típico de organismo geneticamente modificado. Já nos intragênicos, por outro lado, são introduzidos genes da própria espécie, ou seja, um tomate intragênico é aquele que teve inserido genes de uma outra espécie de tomate. Um dos objetivos seria, por exemplo, retirar genes de feijões selvagens, naturalmente mais resistentes às pragas, e introduzi-los nas sementes dos feijões comerciais, que necessitam de grandes quantidades de adubos e inseticidas químicos.

Frankenstein

O resultado disso é uma planta que necessita de menos substâncias tóxicas, um produto, teoricamente, menos nocivo ao ser humano e ao meio ambiente, e sem o espectro de um alimento frankenstein e seus efeitos desconhecidos. Pode parecer pouco, mas psicologicamente é uma diferença que transcende a gôndola do supermercado. Hoje, muitos dos cientistas que trabalham com alimentos transgênicos temem que suas pesquisas acabem rejeitadas pelo mercado, ou melhor, pela pressão da opinião pública sobre o mercado. Imagine o que é dedicar uma carreira, décadas de estudos, para, no final, engavetar tudo? Por isso, os intragênicos já começam a ser rotulados de alimentos super orgânicos, numa referência ao método de plantio em que não se usa nenhum adubo ou defensivo químico. Para o pesquisador Francisco Aragão, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), responsável pelo primeiro feijão transgênico brasileiro, no futuro as pesquisas com intragênicos irão suplantar as com transgênicos. —Não existe muita diferença entre os dois métodos, porém, o apelo psicológico não pode ser desprezado. E, nesse aspecto, um milho com gene de outro milho é uma coisa. Já um milho com um gene oriundo de um inseto é, para a opinião pública, algo completamente diferente—, avalia Aragão.

O que é uma cultura transgênica?

Um organismo ou uma cultura geneticamente modificada é uma planta que contém um gene que foi artificialmente inserido, ao invés de adquirido naturalmente por polinização. O gene inserido pode vir de outra planta ou mesmo de outra espécie completamente diferente, como um peixe, por exemplo. A planta resultante é denominada geneticamente modificada, pois não foi alterada naturalmente a partir de seu estado silvestre original, seja por domesticação, seleção ou cruzamentos controlados por longos períodos de tempo. Em 1994, o tomate (foto) com amadurecimento retardado Flavr-Savr tornou-se o primeiro alimento geneticamente modificado produzido e consumido em um país industrializado (Estados Unidos). A produção, entretanto, foi interrompida três anos depois, com a constatação que a variedade estourava facilmente, devido à alta pressão interna que mantinha o seu aspecto firme.

Comida Frankenstein

Por uma questão meramente psicológica, cientistas acreditam que os alimentos intragênicos terão uma aceitação melhor por parte dos consumidores do que os transgênicos. (A Tribuna Digital, 26/07)

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