Uma ação militar contra instalações nucleares iranianas atrasaria, mas não destruiria, o desenvolvimento de uma eventual arma atômica pelo país, disseram diplomatas e analistas. — Uma ação militar não é a resposta, disse um diplomata envolvido na investigação do programa nuclear do Irã. — Isso apenas os empurraria para debaixo dos panos, como aconteceu no Iraque, acrescentou o diplomata, que não quis ter sua identidade revelada. Israel deu a entender que poderia usar seus aviões para destruir as instalações nucleares do Irã, locais que, segundo o Estado judaico e o governo norte-americano, integram os esforços dos iranianos para obter armas atômicas. O país islâmico nega essas acusações e diz pretender apenas desenvolver um programa para a obtenção de energia elétrica a partir de reatores nucleares. Convencido de que o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein estava desenvolvendo armas nucleares, Israel bombardeou o reator de Osiraq em 1981. Mas, ao invés de impedir Saddam de continuar tentando desenvolver uma bomba, os israelenses apenas fizeram os iraquianos se esconderem e trabalharem secretamente. O programa secreto funcionou até 1991, quando foi descoberto por investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU). Vários analistas e diplomatas disseram que o Irã aprendeu com os erros do Iraque e que o país estaria escondendo instalações nucleares dos inspetores da ONU. Os inspetores vasculham o território iraniano há quase dois anos. — Acho impossível paralisar o programa de armas nucleares do Irã com ataques militares, afirmou um especialista da indústria militar, que não quis ter sua identidade revelada. Os EUA não ameaçam o Irã com uma ação militar. Há mais de um ano, o governo norte-americano tenta, sem sucesso, convencer a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a denunciar o país ao Conselho de Segurança da ONU. Esse órgão, então, poderia aprovar sanções econômicas contra os iranianos, como desejam os norte-americanos. (Reuters 22/07)