Japão sofre primeira derrota no encontro baleeiro
2004-07-22
O Japão sofreu um revés nesta semana durante o encontro da Comissão Baleeira Internacional em Sorrento, na Itália, ao ver frustrada sua tentativa de derrubar a proibição da caça comercial à baleia, que vem de 1986. A proposição japonesa foi rejeitada por 29 votos a 24 já na segunda-feira (19/07). Ambientalistas aplaudiram o resultado, elogiando a transparência do processo. O encontro abriu já com ânimos acirrados, com as acusações de que o Japão estaria aliciando nações pobres em sua campanha contra a exploração comercial da atividade de caça à baleia. — Alguns dos mais pobres países do mundo estão sendo usados para votar em favor da caça à baleia, disse John Frizell, da Greenpeace Internacional. — Esse é um claro caso de conversação em torno de dinheiro e está acontecendo à nossa frente, completou. Segundo ele, o bloco pró-caça cresceu a passo firme nos últimos anos, passando de 21 países, em 2000, para 27, em 2003. A Greenpeace lista Suriname, Tuvalu, Mauritânia e Costa do Marfim como casos recentes de adesão à iniciativa japonesa, apontando a Mongólia como um país pró-caça que sequer tem uma costa litorânea. O Japão negou as acusações e invocou um novo consenso. As nações que se opõem à caça não querem levantar a moratória de 1986. Mas a chamada Aliança do Norte, que congrega caçadores do Canadá, Islândia, Noruega e outros países, argumenta que há suficientes evidências científicas de que a caça sustentável é possível. (Japan Times 21/07)