Após seis meses, mortes de animais do zôo de SP continuam um mistério
2004-07-22
Desde 24 de janeiro deste ano, quando foi constatado o primeiro caso de morte de animais por envenenamento no zoológico de São Paulo, até hoje, pouco se evoluiu para esclarecer o que aconteceu exatamente e quem são os responsáveis. Seis meses se passaram e, na prática, apenas foram afastados 15 funcionários que tinham acesso à ração dos animais, pois a mais forte suspeita é que a intoxicação começava por aí. Os investigadores concluíram muito pouco do ponto de vista científico-médico, apenas progredindo na área comportamental. Uma das conclusões é que o criminoso preferia envenenar animais herbívoros e onívoros, que demoram várias horas para morrer, o que caracteriza crueldade. O mais decepcionante é que os legistas que atuaram no caso disseram ser incapazes de realizar perícias em vísceras de animais. Além disto, o crime foi enquadrado como dano qualificado, prevendo somente pena de detenção, apesar de toda a crueldade nele embutida. O envenenamento foi constatado depois que os laudos de autópsia – realizada pelo Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – apresentaram o mesmo resultado para a causa da morte de animais de distintas espécies. Desde então, foi descartada a hipótese de coincidência, pois as autópsias de todos os animais indicaram insuficiência cardíaca e enfisema pulmonar. Isto indica que houve infecção ou intoxicação.