Extração de petróleo no Pacífico ameaça baleias, diz IWC
2004-07-21
A Comissão Internacional de Pesca à Baleia (IWC), enquanto dava continuidade às negociações sobre o futuro da caça ao animal, acusou empresas de gás e de petróleo na terça-feira (20/07) de ameaçar a vida de espécies raras no norte do Pacífico. No segundo dia das discussões, marcadas por profundas divisões entre os delegados favoráveis e os contrários à caça, o órgão, composto por 57 países-membros, aprovou uma moção afirmando que a exploração de combustíveis poderia matar as cem baleias cinzentas restantes perto da costa russa do oceano Pacífico. O órgão pediu que fossem suspensas algumas das atividades de prospecção. — O quadro atual dos programas de exploração de petróleo e de gás nos preocupa, em especial em vista da sobrevivência dessa população, disse o IWC. O sonar usado para localizar reservas de petróleo e de gás interfere com os sons produzidos pela baleia para se comunicar e navegar. Potenciais vazamentos de petróleo também ameaçam seu habitat. A aprovação da resolução foi uma pequena vitória para os conservacionistas, que lutam para evitar a volta da caça comercial da baleia, proibida pela organização há 18 anos. O Japão diz que abandonará a IWC no próximo ano, se a proibição não for levantada e se não for criado um sistema anual de cotas. O país deseja pescar mais de 3.000 baleias minke todo ano, podendo faturar com isso até 300 milhões de dólares. O governo japonês diz que essa espécie de baleia é abundante. Apesar da proibição, cerca de 1.400 animais são caçados todo ano legalmente, para fins de pesquisa e em casos excepcionais. O Japão tenta convencer seus aliados a ingressar no órgão a fim de conquistar seu domínio. Quatro dos seis países ingressantes neste ano (Tuvalu, Mauritânia, Costa do Marfim e Suriname) alinham-se com os japoneses. O grupo ambientalista Fundo Internacional para a Vida Animal acusou o Japão de comprar votos ao prometer ajuda para países pobres, caso eles ingressem na IWC. (Reuters 20/07)