Empresas não dão informações sobre amianto
2004-07-21
Uma das dificuldades para um trabalho mais amiúde de controle da exposição ocupacional ao amianto é justamente a falta de disponibilização de dados por parte das empresas que utilizam fibras desse produto. No mês passado, representantes de diversas entidades ligadas ao Ministério da Saúde e a instituições de pesquisa em saúde do trabalho estiveram reunidos em Brasília para delinear estratégias a fim de amenizar esse problema de saúde pública. Profissionais ligados à Vigilância Sanitária na Bahia, no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro e em São Paulo informaram que não há mesmo essa cooperação. Uma das sugestões dadas pelo grupo é a realização de oficinas de capacitação nos Estados onde se produz ou utiliza amianto, para sensibilizar dirigentes e treinar recursos humanos. Mas há outro problema sério: o Brasil conta com poucos especialistas aptos a fazer o diagnóstico de mesotelioma, doença causada pela exposição ao amianto. Muitas vezes, esse diagnóstico só é feito com a ajuda de especialistas do Exterior. O grupo sugeriu que seja realizado um curso de capacitação para patologistas, escolhendo-se centros e profissionais que sejam referência para esse tipo de análise. Foram apresentadas as propostas de implantação de um Sistema Integrado de Vigilância em Saúde do Trabalhador para as Áreas que Utilizam o Amianto no Brasil e o Sistema de Monitoramento de Populações Expostas a Agentes Químicos.