Refinaria Ipiranga de Rio Grande pode parar em agosto
2004-07-20
A Refinaria de Petróleo Ipiranga, de Rio Grande, pode voltar a reduzir drasticamente sua produção e até encerrar as atividades na segunda quinzena de agosto, se o mercado internacional continuar no patamar em que está, desfavorecendo completamente as refinarias independentes. O barril de petróleo está cotado em 41 dólares e o reajuste nos preços dos combustíveis concedido em 15 de junho, de 10,8%, quando o governo acreditava que o custo poderia cair mais do que 35 dólares, foi insuficiente para viabilizar a situação. Os valores praticados pelo gás de cozinha, diesel e gasolina estão defasados há mais de um ano e respondem por 91% da produção da Ipiranga, que contabiliza o prejuízo. Em abril, a produção da Ipiranga teve diminuição de 40%. A curva para baixo no preço do barril que ocorreu no mês passado viabilizou a compra do petróleo que a refinaria vai utilizar até agosto. Com o aumento da demanda e a falta de estoque, provocados pela guerra do Iraque, conflitos na Nigéria, Rússia, Noruega e Venezuela, países produtores por excelência, o petróleo se tornou produto raro, o que provoca a alta cotação. As refinarias que não têm produção própria, como é o caso da Ipiranga, sofrem diretamente o prejuízo. A diretora-superintendente da Refinaria Elisabeth Tellechea considera que este pode ser o terceiro choque do petróleo. O primeiro ocorreu em 1973, quando o barril custava 40 dólares; e o segundo em 1980, quando atingiu 80 dólares. (Diário Popular, 19/07)