Algodão transgênico quer entrar no Brasil
2004-07-20
Uma das maiores preocupações do cotonicultor (produtor de algodão) brasileiro é o alto custo de produção. Além dos investimentos elevados para montar as usinas de beneficiamento e da mão-de-obra mais cara, o algodão é uma cultura que exige grande quantidade de agroquímicos para dar certo. São, no mínimo, 17 aplicações por safra. A esperança dos produtores está no algodão transgênico. O Brasil é o único grande país exportador que não usa variedades modificadas geneticamente.
Não há um único produtor ouvido pelo Valor no Mato Grosso que não defenda a aprovação da Lei de Biossegurança, que está em tramitação no Senado Federal. A lei poderá abrir as fazendas para as sementes transgênicas, que já estão sendo plantadas em pequena escala em algumas propriedades, segundo esses mesmos produtores. Ninguém assume publicamente, mas alguns fazendeiros estariam testando a semente transgênica para conhecer as características dessas variedades. —É muito fácil conseguir as sementes, elas vem de Argentina e Paraguai. E o glifosato (herbicida utilizado na lavoura transgênica) é bem mais barato—, disse um fazendeiro que não quis se identificar. Ele lembra que todo cotonicultor também é produtor de soja, cujas variedades transgênicas entraram clandestinamente no Brasil e foram usadas em larga escala, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul. (Valor on line, 19/07)