Os argentinos, vizinhos bolivianos, acreditam que, antes de mais nada, a grande participação no referendo significa uma vitória política de Carlos Mesa e que o referendo favorável pode contriubuir para amenizar a crise energética em seu próprio território. Os argentinos importam 4 milhões de metros cúbicos de gás boliviano por dia. O ex-presidente boliviano Gonzalo Lozada, que em 1996 permitiu que o setor de hidrocarbonetos fosse desregulamentado, parando nas mãos de 20 companhias de petróleo, parece ser o grande derrotado. O povo – ou parte dele – até aceitou as exportações, mas não abre mão de rer a sua estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos. Também foram derrotados os líderes oposicionistas que haviam convocado boicote ao plebiscito, como Felipe Quispe, Jaime Solares e Roberto de la Cruz. O problema agora é saber como Mesa vai conduzir a questão à frente do país mais pobre da América Latina e que já passou por aproximadamente 200 golpes de Estado no século passado.