Opiniões divididas a respeito do investimento em energia nuclear no Brasil
2004-07-19
As declarações recentes do ministro da defesa, José Viegas Filho, apoiando a alternativa nuclear para a geração de energia, gerou especulações sobre um novo impulso ao programa de construção de usinas como as de Angra dos Reis. As opiniões a respeito se dividem. O engenheiro Luiz Soares, diretor técnico da Eletronuclear, companhia que gerencia as usinas de Angra dos Reis, diz que a oferta de energia elétrica é um dos parâmetros consagrados internacionalmente para a avaliação da qualidade de vida da população, tendo em vista os itens conforto e integração social associados a ela. Ele cita o cientista e autor da teoria Gaia, James Lovelock, para mostrar que a oposição à energia nuclear se baseia no temor irracional alimentado pela ficção ao estilo Hollywood, pelos lobbies dos ambientalistas e pelos meios de comunicação. Fazendo um contraponto a opinião de Soares, o educador ambiental e coordenador de campanha de energia do Greenpeace, Sergio Dialetachi, esclarece que a energia nuclear da qual se fala é para geração de eletricidade. Segundo ele, a insegurança comprovada por diversos acidentes já ocorridos ficou comprovado com a explosão de Chetnobyl, que gerou cerca de 3 milhões de vítimas, entre mortos e contaminados. Além desse possível dano, o preço da energia nuclear é muito mais caro que das outras fontes abundantes no país. (Terra/Julho/20)