Vinte proprietários de imóveis na Ilha do Mel (PR) devem entrar nesta sexta-feira (16) com um mandado de segurança para garantir que o abastecimento de energia e água não seja cortado. O IAP - Instituto Ambiental do Paraná, que está realizando um levantamento de imóveis no arquipélago, informou que pediu ontem à Cagepar - Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá e a Copel que suspendesse os fornecimentos. A assessoria jurídica do Cagepar já está analisando o pedido e deve dar uma resposta na próxima semana. Já a assessoria da Copel afirmou não ter recebido nenhum pedido nesse sentido.

Para o advogado Gilberto Espinosa, dono de um restaurante e uma pousada na praia de Encantadas, cuja construção está fora dos padrões estabelecidos no plano de uso e ocupação do solo da ilha, a medida do IAP é exagerada. Rasca Rodrigues, diretor-presidente do IAP, discorda. Ele defende que o IAP apenas pretende inibir a intenção de outras pessoas se estabelecerem irregularmente na ilha. —O procedimento será padrão para todos que estiverem em área de preservação permanente—, disse Rodrigues. Ainda de acordo com ele, tanto a Cagepar, quanto a Copel, podem ser penalizadas se não suspenderem o abastecimento. —Eles estarão legitimando a agressão ambiental—, afirmou.

O presidente do Sindilitoral - Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Litoral Paranaense, José Carlos Chicarelli, divulgou nesta quinta-feira (15) uma nota oficial criticando a declaração de Rasca que disse que a fiscalização na ilha era um mundo de faz de conta. —O presidente do IAP convenientemente esquece que a administração do órgão é a mesma há nove anos e meio—, disse Chicarelli na nota. (Gazeta do Povo/PR, 18/07)