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2004-07-19
Entre os países emergentes que vêm experimentando um boom de crescimento, a Rússia é o único que, segundo analistas, não persegue uma estratégia específica. Por trás das altas taxas de expansão do PIB do país estão, segundo analistas, as exportações de petróleo. Nos 12 meses encerrados em abril passado, a balança comercial da Rússia apresentava um superávit comercial acumulado de US$ 66,7 bilhões. O número é mais do que o dobro dos US$ 27,4 bilhões de saldo alcançados pelo Brasil no mesmo período. Boa parte desse alto superávit da Rússia é explicado pelas vendas de petróleo. Somados, a commodity e seus derivados respondem por cerca de 40% das exportações do país. Se as vendas de gás natural forem incluídas na conta, esse percentual sobe para 55%. — A Rússia não teve nenhuma estratégia de crescimento. O país se beneficiou enormemente dos preços de petróleo, afirma Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da FGV. O Banco Mundial estima que petróleo e gás natural são responsáveis por 25% do PIB (Produto Interno Bruto) russo. Esse impulso é apontado como o principal motivo de a Rússia ter recebido da agência Moodys , no ano passado, o selo de grau de investimento, dado a países considerados porto seguro para investidores, cinco anos depois de ter entrado em default. Segundo analistas, além do empurrão do setor de energia, uma reforma tributária que culminou em simplificação e redução dos impostos também tem contribuído para o crescimento do país que deve chegar a 6% neste ano, segundo estimativa do FMI. Mas economistas dizem que a economia russa ainda enfrenta muitas vulnerabilidades. Prova disso foi a corrida de clientes aos bancos na última semana devido a problemas enfrentados por algumas instituições financeiras. Analistas apontam necessidade de reformas, principalmente, no sistema financeiro e no setor administrativo do governo.(FSP, Reuters 18/07)

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