Abertura de resort, no Japão, causa protestos de ambientalistas
2004-07-18
Considerado por alguns como as Galápagos do Leste, as ilhas japonesas Iriomote são ricas em florestas subtropicais, mangues e estão cercadas por recifes de corais. No entanto, ecologistas consideram que toda essa beleza natural está ameaçada desde 1º de julho, quando foi aberto o Iriomote Santuário Resort Nirakanai, pela prefeitura de Okinawa, naquela ilha. Lar de animais selvagens raros, Iriomote, com seu ecossistema único, foi classificada por um comitê do Ministério do Meio Ambiente como candidata a patrimônio da Unesco, órgão das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura. Um terço dos 29 mil hectares da ilha, com uma população de cerca de 2 mil pessoas, corresponde a um parque. Ela atraiu cerca de 360 mil turistas no ano passado. Mas residentes locais e especialistas em meio ambiente temem que os tesouros naturais da ilha estejam ameaçados por interesses econômicos e apontam algumas irregularidades no modo como foi construído o resort. Mesmo assim, esforços para levar denúncias a uma corte, a fim de parar a continuidade de obras no local, não tiveram sucesso. Oponentes ao projeto apontam erros e inadequações quanto ao ordenamento ambiental da obra. O resort conta com 141 quartos e vários restaurantes e alas de serviços, e os empreendedores, representados pela empresa Time and Tide, de Tóquio, ainda querem expandi-lo em mais 6,3 hectares, o que vai significar mais 98 salas, entre outras edificações. Há 414 reclamantes na Justiça lutando para que não sejam feitas novas obras. Entre os signatários dessa petição estão entidades como a World Wildlife Fund (WWF) do Japão, a Sociedade Ictiológica do Japão e a Associação japonesa de Bentologia. Cerca de 100 residentes do Distrito de Nara entraram com apelo na corte local, em março de 2003, visando a obter uma ordem pelo menos provisória para banir o empreendimento. Mas a corte não concedeu o pedido. (Japan Times 14/07)