AL faz lançamento de novo livro sobre a Amazônia
2004-07-16
A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa lança em agosto o livro Amazônia – Das Ameaças à ocupação do Cerrado, o terceiro da série Desenvolvimento Sócio-Econômico. Na ocasião, estarão presentes em Mato Grosso o general Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, o ex-governador da Amazônia, senador Gilberto Mestrinho e o ex-ministro Jarbas Passarinho.
—O objetivo desta obra é motivar o meio acadêmico a aprofundar esta discussão e que os governos federal, estadual mato-grossense e dos Estados do Centro Oeste e da Amazônia se articulem pela integração. E que os parlamentos regionais se articulem como canal de voz, todos na direção da consolidação da soberania brasileira na sua histórica Amazônia—, ressalta o presidente do Poder Legislativo, deputado José Riva (PTB).
O livro apresenta, segundo ressalta um dos coordenadores da obra, o economista Maurício Munhoz Ferraz, o histórico dos movimentos que ameaçaram a soberania da Amazônia, o histórico das ações e aborda toda a questão da Amazônia mato-grossense, mostrando o processo de colonização, desde o extrativismo até agora, com a entrada da soja na região.
—O livro mostra desde o potencial de riquezas como o subsolo e as plantas medicinais, até a expansão da fronteira agrícola. O cerrado está sendo destruído pela Amazônia—, acrescenta.
O foco principal do trabalho é mostrar a Amazônia e contextualizá-la em três momentos. O primeiro nos períodos colonial e republicano, quando ocorreram as primeiras ameaças e se optou por impor na Amazônia a soberania brasileira via concessões comercial e de navegação ao Barão de Mauá.
O segundo foco é a partir de 1970, quando o governo brasileiro percebeu a urgente necessidade de ocupar demograficamente a região pela mesma razão de firmar a sua soberania. Aproveitando o momento em que ocorriam tensões sociais no Sul e no Sudeste brasileiros, o governo associou-as à questão da soberania e estabeleceu a política de —Integrar para não entregar—. Começou, então, efetivamente a colonização da Amazônia.
O terceiro ponto é que passados 34 anos, a colonização já se consolidou em um movimento de ocupação dos cerrados do Centro-Oeste, conforme a estratégia estabelecida. Chega ao fim o processo de ocupação da Amazônia e se inicia a entrada na Amazônia.
Mato Grosso, por exemplo, em 1980, possuía 52 municípios, dos quais apenas oito (14%) na Amazônia. Em 2000, dos 139 municípios, 50 estavam naquela região, ou seja, 35%. A percepção é de que em 20 anos o crescimento populacional do Estado vem dirigindo-se para o espaço amazônico.
O Estado era identificado, até 1970, com os biomas pantanal e cerrado. Era do Pantanal que vinha a principal força econômica do Estado, a pecuária. Entretanto, após a incorporação da Amazônia, pelo extrativismo, e do Cerrado, pela agricultura, o Pantanal ficou para trás. (Diário de Cuiabá on line, 16/07)