GILVAM BORGES SE DIZ PREOCUPADO COM MUDANÇAS NO CENAQUA
2001-08-20
A transferência das atribuições e atividades do Centro Nacional de Quelônios da Amazônia (Cenaqua) para o Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios Nacionais (RAN), ocorrida em abril deste ano, preocupa o senador Gilvam Borges (PMDB-AP). Ele afirmou ter causado perplexidade a iniciativa governamental, que qualificou de centralizadora. De acordo com o parlamentar, o Cenaqua vinha há 21 anos conseguindo recuperar os estoques populacionais de várias espécies de tartaruga, tendo devolvido à natureza 30 milhões de filhotes a partir de 115 sítios reprodutivos nos estados da região Norte e também em Goiás e Mato Grosso. Além de garantir a sobrevivência dos quelônios, a entidade ajudava na preservação dos ecossistemas e da cultura das populações locais e ainda fornecia uma alternativa econômica para a região, com a criação comercial de tartarugas. O senador informou que, atualmente, há 80 criadouros registrados, totalizando 700 mil animais. Gilvam Borges ressaltou que a entidade também trabalhava em educação ambiental, promovendo palestras e seminários em escolas e também junto às comunidades ribeirinhas. - Se a intenção é aproveitar a experiência acumulada pelo Cenaqua na recuperação de tartarugas, estendendo-a aos répteis e anfíbios, não se compreende as razões que obstariam a criação de outra unidade análoga ao Cenaqua e a eles dedicada, o que evitaria os transtornos da transferência, afirmou o representante do Amapá. Gilvam Borges manifestou receio de que a centralização das atividades do RAN em Brasília venha a prejudicar a execução de uma tarefa que, por sua própria natureza, tem de ser feita em outras regiões. Acrescentou que a transferência dos funcionários de Goiânia, onde funcionava o Cenaqua, pode causar a eles transtornos que irão comprometer seu desempenho profissional.