EUA pedem à Rússia maior transparência em projetos energéticos
2004-07-15
O subsecretário de Comércio dos Estados Unidos, William Lash, expressou quarta-feira (14/07), o interesse de seu país para cooperar com a Rússia no campo energético, mas pediu maior transparência ao Kremlin na aplicação de projetos com participação estrangeira. Lash informou em entrevista coletiva que durante sua visita de trabalho a Moscou debateu com dirigentes do ministério da Indústria e Energia da Rúsia e com homens de negócios a cooperação energética e o investimento em distintos projetos. Embora tenha se mostrado satisfeito com as negociações, Lash destacou a preocupação de seu país com a pirataria de programas de informática na Rússia e a falta de transparência oficial em torno dos projetos energéticos, que desperta os receios dos investidores. O subsecretário de Comércio disse que os piratas russos que violam os direitos de propriedade intelectual causam perdas de mais de 1 bilhão de dólares por ano à indústria americana e também prejudicam o Estado russo, segundo a agência RIA. O jornal eletrônico Gazeta.ru afirmou que Lash ameaçou excluir a Rússia da lista de países que fazem parte do Sistema Geral de Preferências (GSP), mas especialistas russos comentaram que Washington seria mais prejudicado que Moscou com essa decisão. Por outro lado, Lash disse que para as companhias ocidentais interessadas em investir na Rússia é muito importante saber que o governo russo cumprirá os acordos de cooperação assinados. Concretamente, afirmou que durante as negociações pediu em nome do governo dos EUA explicações sobre a suspensão dos contratos de exploração da jazida Sakhalín-3, no extremo oriente russo, conseguidos em uma licitação por um consórcio formado pelas americanas Exxonmobil e Chevrontexaco com a russa Rosneft. O governo russo cancelou os resultados daquela licitação, assinada em 1993, e revogou as licenças de extração obtidas pela Exxonmobil e a Chevrontexaco, apesar dos consideráveis fundos já investidos pelas companhias americanas no projeto. Lash também aludiu aos temores despertados no ocidente pelo caso Yukos, e, embora tenha evitado comentar o impacto desse assunto sobre o mercado e os investimentos, pediu um julgamento transparente e justo. Além disso, disse que no ocidente o assassinato na semana passada do jornalista americano Paul Klebnikov, diretor da edição russa da revista Forbes, que investigava a procedência das maiores fortunas da Rússia, teve um grande impacto. (EFE 14/07)