Os camponeses da localidade de Santa Rosa del Sara, no departamento (estado) de Santa Cruz, na Bolívia, fecharam as válvulas de uma estação de bombeamento de gás que afetou o fornecimento normal à Argentina, informaram quarta-feira (14/07), fontes oficiais. Uma porta-voz da Transredes, empresa operadora do gasoduto, co-propriedade da anglo-holandesa Shell e da americana Enron, disse que a companhia retirou seus oito funcionários da estação no povoado à espera de uma solução para o conflito. — Nós não temos nada a ver com o assunto, mas estamos no meio do conflito entre as autoridades e os habitantes de Santa Rosa, disse a fonte da empresa. Os camponeses de Santa Rosa del Sara, localizada 120 quilômetros ao norte da cidade de Santa Cruz de la Sierra, reivindicam o início imediato de obras de asfaltamento em uma estrada da região. Eles ameaçam não restabelecer o fornecimento até que sejam enviadas máquinas de trabalho pesado para a região. — Estamos aplicando um plano de contingência para que o impacto seja o mínimo, disse uma funcionária da empresa sobre o gás enviado à Argentina. Ela não especificou o prejuízo provocado pelo protesto, mas outras fontes do setor disseram que a redução foi de um milhão de metros cúbicos. A Bolívia tem um contrato com a Argentina para exportar, durante seis meses, 4 milhões de metros cúbicos diários do hidrocarboneto para aliviar a crise energética argentina. As negociações com os camponeses começaram terca-feira à noite. Segundo o governador de Santa Cruz, Carlos Hugo Molina, as máquinas já foram enviadas à região. Por isso, espera-se que nas próximas horas os camponeses honrem seu compromisso de suspender o protesto. Molina também disse à imprensa local que interromper o envio de gás pode trazer conseqüências técnicas e econômicas para a empresa que administra o gasoduto. O governador espera que os camponeses desistam de suas pressões. (EFE 14/07)