Ozônio parece problema irreversível na grande São Paulo
2004-07-13
Nenhum dos nove cenários futuros previstos na pesquisa —Estratégias Ambientais Integradas— oferece solução para o principal poluente do ar da Grande São Paulo: o ozônio (O3). Em 2003, ele ultrapassou o nível considerado saudável em um a cada cinco dias.
O O3 é formado por uma reação entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis (ambos produzidos na queima de combustível) em presença de luz solar.
Nas simulações dos efeitos das políticas públicas viáveis no médio prazo sobre as emissões totais, nenhuma delas conseguiu reduzir as concentrações dos precursores do ozônio abaixo do que se registrava em 2000 —diferentemente do que ocorreu com os demais poluentes.
—O ozônio ainda é um mistério para nós—, diz Flavio Cotrim Pinheiro, coordenador do estudo. A única possível saída proposta até agora para o problema, mudanças na formulação da gasolina, foi enviada em 2003 pela Cetesb à ANP (Agência Nacional do Petróleo), onde está sendo avaliada.
Das quatro medidas recomendadas pela equipe de Pinheiro para evitar mortes, internações e custos advindos da poluição atmosférica, apenas a inspeção veicular tem previsão de ser totalmente colocada em prática. Ela deve começar em janeiro de 2005 na cidade de São Paulo, sob responsabilidade da prefeitura. Já tem contrato e esquema definido.
No resto do país, a previsão é que comece também no próximo ano, mas ainda falta ser lançada uma licitação nacional. (Folha de São Paulo, 13/07)