Os corais do balneário de Eilat, no mar Vermelho, em Israel, eram visitados por mergulhadores em busca da observação de um dos mais espetaculares e diversos corais do mundo. Hoje, o ecossistema de Eilat se depara com o risco de entrar em extinção, e os peixes locais estão desaparecendo por conta de fazendas de piscicultura que se instalou nas águas da região, segundo especialistas. — Esse era um dos corais mais belos do mundo, e acredite em mim, pois eu já vi todos eles. Era uma pérola, é dolorido vê-lo morrer, diz Yossi Loya, especialista em corais. Ele e outros pesquisadores afirmam que os corais de Eilat desaparecerão em breve, a não ser que o governo feche as companhias que operam sem licença e criam cerca de 5 milhões de peixes em gaiolas na região. — Nós estamos no último momento para salvá-los, diz Loya, que estudou os corais de Eilat por décadas. As empresas piscicultoras negam ter vínculo direto com o declínio dos corais. As barreiras resistiram aos danos causados pelo turismo em Eilat e no vizinho balneário jordaniano de Aqaba. Especialistas afirmam que o problema aumentou em 1993, quando as companhias implantaram a criação de peixe em massa. Os corais deveriam ter se regenerado depois que uma usina de tratamento de esgoto começou a funcionar em Eilat. Mas, ao invés disso, a degradação acelerou. — Entre 1993 e 2000 houve um crescimento exponencial de criação de peixes em gaiolas, de 300 toneladas por ano para algo como 2.000 toneladas anuais, relata Loya. Esses peixes excretam nitratos que desenvolvem plâncton, inimigo número um dos corais. Os plânctons turvam a água e bloqueiam a luz do sol, que é um ingrediente essencial para a sobrevivência do coral. — O ponto-chave é que o golfo de Eilat não tem nitrogênio nenhum, explica Loya. — Corais se desenvolvem em mares pobres em nitrogênio. Se você aumenta a quantidade desse elemento químico na água, está mudando o ambiente. Em se tratando de corais, isso significa afetar duramente seu sistema reprodutivo. (Reuters 12/07)