Animais são criados para essa finalidade, diz deputado
2004-07-13
Segundo ele, há no Estado cerca de 65 mil casas de religião africana, que atraem em torno de 1,8 milhão de seguidores. O Deputado Edison Portilho lembra que mesmo não estando regulamentado, o Código de Proteção aos Animais havia se transformado num mecanismo de intolerância religiosa e de constrangimentos para coibir os cultos. Conforme Portilho, os animais sacrificados nestes rituais são criados com esta finalidade. — Não há, portanto, risco de desequilíbrio ao ecossistema, esclareceu. Autor do Código de Proteção dos Animais, o deputado Manoel Maria (PTB) disse que o objetivo único de criação deste código é garantir a proteção e o respeito aos animais, sem desrespeitar qualquer religião.
O presidente da Associação Protetora dos Animais, Airton Marcolino, manifestou-se contra a aprovação do projeto em razão da maneira como são sacrificados os animais. — Recebo diversas denúncias de pessoas vizinhas aos templos religiosos, que utilizam essas práticas, e já encontrei diversos animais com vida, mas machucados, após os cultos, comentou.
O babalorixá Pedro de Oxum Docô, explica que o sacrifício de animais em práticas da religião africana tem o objetivo de engrandecer a vida, sendo proibido matar um animal em vão. Segundo ele, 96% dos animais oferecidos em sacrifício em sua casa, são congelados e doados para a comunidade carente do bairro Partenon, em Porto Alegre. Pedro de Oxum defendeu a liberação para que seja assegurado o direito de religiosidade no Brasil e, especificamente, num Estado que tem um grande consumo de carne.