Pesquisadores criticam aqüicultura e defendem pesca artesanal
2004-07-12
Os pesquisadores Mônika Brick Peres e Sandro Klippel defenderam na quarta-feira (07/07) durante o Fórum Fepam Debate a pesca artesanal como alternativa à pesca industrial. Ressaltaram os subsídios do governo para essa prática, que estaria possibilitando técnicas exploratórias que ameaçam a biodiversidade e a permanência de certas espécies no meio aquático. Sobre a aquicultura, eles definem esta como uma prática não sustentável, baseada em um capital natural finito (que é a pesca extrativista). Segundo a bióloga, doutora em Oceanografia pela FURG e vinculada ao Centro de Pesquisa do Ibama, a introdução de espécies não nativas é a 2ª maior causa de perda de biodiversidade no ambiente. Klippel, mestre em gestão ambiental pela Universidade Lãs Palmas de Gran Canaria, na Espanha, destacou a alteração dos habitats, a perda da variabilidade genética, predação direta e competição para os peixes nativos, contaminação química e a poluição das águas através de resíduos orgânicos (devido a ração dada aos peixes e os antibióticos colocados na água). Outro problema desta atividade, conforme os pesquisadores, é a forma de como se alimentam os peixes: através de uma ração especial, cuja matéria prima é farinha de peixe. — A proporção de rentabilidade desta farinha, é que se utilizam 4 peixes para fabricar alimento suficiente para um peixe. Ainda não há algo que substitua a farinha de peixe, disseram. No entanto, a aqüicultura vem crescendo nos últimos anos e, segundo eles, poderia ser boa como atividade complementar, diminuindo a pressão sobre a pesca extrativista. — Processos mais parecidos com a pesca artesanal seriam a solução identificada para reduzir tais impactos, explicam.