Uma vistoria comandada pelo juiz federal substituto da Vara de Itajaí, Zenildo Bodnar, avaliou, na manhã de terça-feira (06/07), os lixões abandonados dos municípios de Penha e Balneário Piçarras, no Litoral Norte de SC. O objetivo, nos dois municípios, era verificar se as áreas estavam recebendo os cuidados necessários, previstos em projetos encaminhados pelas próprias prefeituras, em 2001, ano em que pararam de utilizar os lixões. Nessa época, eles foram pressionados por uma ação Civil Pública, encabeçada pelo procurador da República Roger Fabre. Desde então, os dois municípios estão levando seu lixo para um aterro sanitário particular, em Brusque. Em Piçarras, as equipes foram mato adentro, a bordo de caminhonetes, para chegar ao antigo lixão. Quando chegaram ao local, encontraram a mata quase fechada. O ambiente nem de longe lembrava as toneladas de lixo e até os comerciantes que se instalavam naquele terreno, que fica às margens da BR-101. No terreno de 10 mil metros quadrados, que foi utilizado por cerca uma década, o juiz foi enfático ao dizer - que nada estava sendo feito, e apenas a vegetação crescera, sem a ação humana -. Apenas a primeira camada de argila havia sido colocada. Em Penha, a realidade era pior. Não há qualquer cobertura sobre o antigo lixão. Na prática, segundo o analista do MP, Ricardo Colares, sem a adoção das medidas de recuperação, é difícil avaliar o potencial de degradação nos terrenos. Entre as medidas recomendadas nos terrenos estavam drenagem e tratamento dos resíduos líquidos, e drenagem, coleta e queima de gases. - A qualidade da água dos lençóis freáticos também deveriam estar sendo analisadas - observou Ricardo Colares, técnico do Ministério Público. Segundo o prefeito Umberto Teixeira, o município não dispõe dos R$ 200 mil suficientes para bancar o projeto. A mesma justificativa foi dada pelo prefeito Penha, que disse estar pagando dívidas de gestões anteriores. A intenção dos dois municípios é prorrogar o prazo para que as primeiras medidas sejam tomadas. (A Notícia, 09/07)