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2004-07-09
Disposta a investir US$400 milhões na ampliação de suas operações, a empresa Bahia Pulp - resultado da união da fábrica de celulose Bacel com a empresa florestal Copener e primeira fábrica de celulose kraft solúvel na Bahia, com branqueamento totalmente livre de cloro - prevê aumentar sua produção de 140 toneladas/ano para 360 mil toneladas/ano de celulose, a partir do início de 2005. O investimento colocará a Bahia na segunda posição do ranking mundial de produção de celulose solúvel, perdendo apenas para a África do Sul, que hoje produz 600 mil toneladas/ano, de acordo com o diretor geral da empresa, Erton Sanchez. Os novos investimentos incrementarão também as exportações, que hoje vão para Europa e Ásia, e a partir de 2005, também para países da América do Norte. A ampliação da empresa ainda abrirá novas possibilidade para o mercado de trabalho. Atualmente, a Bahia Pulp, localizada no Pólo Petroquímico de Camaçari, já conta com cerca de 2,4 mil colaboradores e espera gerar outros novos 800 empregos, além dos três mil postos temporários no período da construção da ampliação. O projeto de viabilidade da empresa está em fase de conclusão. Depois passará para a fase de apreciação e consolidação. A previsão é de que sejam necessários 18 meses de maturação para que o empreendimento alcance os resultados esperados. Possuindo tecnologia de controle informatizado de processo de fabricação de celulose, além de uma equipe de profissionais especializados, a Bahia Pulp pretende diversificar sua produção, hoje focada na celulose solúvel, a base de viscose, direcionada para a indústria têxtil. Além disso, a empresa possui um centro laboratorial próprio, beneficiando ainda mais a produção de diferentes tipos de celulose.

Levando em consideração que o estado abriga hoje outros grandes e importantes projetos na área de produção de celulose, a Bahia Sul e a Veracel, o diretor da Bahia Pulp acredita que o momento é um dos mais propícios para novos investimentos, pois o mercado baiano vem se fortalecendo bastante. —Acreditamos muito na Bahia nessa área. O estado é forte, tem políticas para fortalecer as empresas e isso vai atrair novas empresas, desde que o mercado seja consolidado—, destacou Sanchez. Com o crescimento de produção, a Bahia Pulp também planeja diversificar sua atuação, que por enquanto se concentra na Solucell® - celulose solúvel, usado como matéria-prima para a produção de viscose, indústria têxtil, alimentos, artigos farmcêuticos e derivados celulósicos especiais a exemplo do lyocell, acetato e outros.

Unidade foi comprada em outubro

A Bahia Pulp foi adquirida, em outubro do ano passado, pelo Grupo RGM Internacional, sediado em Singapura. Tendo operações em áreas como celulose e papel, óleo e gás, viscose, engenharia e construção, o grupo mantém em sua estrutura a Sateri Internacional - empresas ligadas a negócios na área de celulose solúvel e fibra de viscose, do qual faz parte a Bahia Pulp. Quando adquiriu a Bahia Pulp, o Grupo RGM divulgou seu objetivo de expandir a capacidade de produção da empresa de 115 mil para 350 mil toneladas/ano. Dessa forma, a empresa assinou, juntamente com o governo do estado da Bahia, em 10 de junho, o protocolo de intenções para viabilizar a expansão de sua capacidade produtiva.

Tecnologia preserva meio ambiente

Além de focar suas operações em crescimento da produção, a Bahia Pulp também se preocupa com os cuidados com o meio ambiente, investindo em tecnologias industriais limpas, seguindo os padrões internacionais de preservação dos ecossistemas. Uma das iniciativas nesse sentido é a utilização do branqueamento pelo processo TCF (Totally Chlorine Free). Também os efluentes líquidos da Bahia Pulp são tratados pela Central de Tratamento de Efluentes do Pólo Industrial de Camaçari (Cetrel), companhia responsável pelo gerenciamento ambiental de toda área industrial de Camaçari. Já a madeira utilizada pela Bahia Pulp é originada de mais de 60 mil hectares de plantios de eucaliptos, em fazendas que ficam, em média, a 100 km da fábrica. A manutenção do equilíbrio ambiental é garantido pela preservação da fauna e flora da região em mais de 37 mil hectares de áreas naturais preservadas.

Segmento registra crescimento

A indústria baiana de papel e celulose vem crescendo significativamente desde a década passada, tendo como responsáveis por esse bom resultado as operações de grandes empreendimentos, líderados pela Bahia Sul Celulose, que está localizada na região de Mucuri. A empresa conta com investimentos de US$1,5 bilhão e responde pela produção de 500 mil toneladas/ano de celulose e 250 mil toneladas/ano de papel. Formada pelo grupo brasileiro Odebrecht e pelo grupo sueco controlador da Kopparbergs AB, a mais antiga fabricante de celulose, a empresa Veracruz Celulose é outro empreendimento forte do setor, que tem investimentos de US$1,5 bi-lhão. Com expectativa de iniciar sua produção de celulose em meados de 2005, a Veracel - joint venture formada pela brasileira Aracruz Celulose e pela sueco-finlandesa Stora Enso - já emprega 1.850 operários diretos na construção de sua fábrica, situada no sul, entre Eunápolis e Belmonte, terá capacidade para produção de 900 mil toneladas de celulose branqueada de eucalipto por ano. É esperado gerar, na fase operacional, dez mil postos de trabalho diretos e indiretos. Toda a produção da empresa deverá ser destinada ao mercado externo, gerando divisas da ordem de US$500 milhões para o Brasil. Isso significa dizer que a Veracel será a maior fábrica de celulose em linha única do mundo. (Correio da Bahia, 09/07)

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