Australianos pressionam por Tratado de Kyoto
2004-07-08
Cientistas e ambientalistas australianos divulgaram terça-feira (06/07) um documento condenando o governo do primeiro-ministro John Howard por rejeitar a adesão do país ao Protocolo de Kyoto - tratado internacional que estabelece metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Segundo o documento, o aquecimento global vai devastar a indústria do turismo na Austrália. O chamado Grupo do Clima Australiano, com apoio da oposição trabalhista, alerta que as mudanças climáticas são uma séria ameaça a ícones turísticos como a Grande Barreira de Corais, o Parque Nacional de Kakadu e a região de alpes australianos. — A recusa do governo em reduzir as emissões de gases poluentes e em ratificar o Protocolo de Kyoto fará Austrália perder um mercado de US$ 8 bilhões e milhares de empregos até 2020, afirmou o porta-voz do partido Trabalhista, Kerry O Brien. Os cientistas e ambientalistas defendem que a Austrália assuma a meta de reduzir em 60% as emissões de gases poluentes até 2050. Aliado dos Estados Unidos, o governo australiano tem acompanhado a determinação de George W. Bush em desqualificar o Tratado de Kyoto e a evitar qualquer compromisso com a redução de emissões, porque isso implica o controle sobre atividades produtivas, como a indústria e a agricultura. Sem a adesão de Estados Unidos ou da Rússia - os maiores produtores de gases causadores do aquecimento global -, o protocolo não pode entrar formalmente em vigor. É necessária a adesão plena de pelo menos 55 países que representem, no mínimo, 55% das emissões totais do planeta (nos níveis de 1990). Há quase consenso de que a concentração crescente de dióxido de carbono na atmosfera está provocando um efeito estufa, com o aquecimento global e a conseqüente mudança dos padrões climáticos. Tempestades, furacões, ondas de calor, seca, degelo de calotas polares e aumento do nível dos mares são alguns dos efeitos previstos - ou mesmo já registrados - com o aquecimento do clima global. (AP 06/07)