AGAPAN e moradores contestam projeto da Prefeitura
2004-07-07
Para isso, a prefeitura conta com a Estação de Tratamento de Esgotos da Ponta da Cadeia/Serraria, na zona sul, que enfrenta resistência por parte dos moradores, que consideram a obra degradadora do ambiente. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) contesta a construção da ETE projetada para tratar 70% do esgoto da região central de Porto Alegre. Um estudo elaborado pela ONG questiona diversos pontos do EIA-Rima, como o volume de esgotos tratados, que poderia tornar-se um problema para os moradores e para o meio ambiente, uma vez que a ETE estará muito próxima do lago Guaíba. — Não somos contra o Programa Sócio Ambiental e sim contra a maneira como ele está sendo apresentado, e somos contra levar esgoto para uma área de preservação, que é a zona sul, explica Guilherme Dornelles, representante da AGAPAN. Para ele, por culpa do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA), não há outra forma a não ser trazer o esgoto para Ponta Grossa. — Queremos alternativas da Secretaria de Planejamento para que pelo menos os novos condomínios não direcionem seus esgotos para Ponta Grossa. Criar um zoneamento para parte sul da cidade diferenciado da zona urbanizada, diz. Isso, segundo o ambientalista, exigiria um comprometimento de todas as secretarias. — Queremos um plano diretor para zona sul como compensação deste programa, reivindica. O projeto prevê ainda obras de proteção contra as cheias e o reassentamento de famílias que vivem em áreas de risco nos bairros Cristal, Cavalhada e Serraria, às margens do Arroio Cavalhada e do Lago Guaíba, próximo à Vila dos Sargentos. O investimento estimado é de US$ 115 milhões, num prazo de sete anos.