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2004-07-07
Desde sua primeira ação, em 1971, a bordo de um navio pesqueiro para tentar impedir testes atômicos nas Ilhas Aleutas, no Alasca, os protestos dos ativistas ambientais do Greenpeace não pararam mais. No Brasil, a —plantação de cruzes— nas usinas nucleares de Angra dos Reis, em 1992, foi o início de uma série de atividades. Ações como estas renderam a eles a fama de radicais, e são motivo de pavor das grandes empresas, eleitas pelo Greenpeace como agressoras do meio ambiente. Ao todo, são mais de 3 milhões de adeptos e doadores individuais que sustentam a ONG, que tem renda anual de US$ 165 milhões. Ela está espalhada por 41 países e sua sede central fica em Amsterdã, na Holanda. No Brasil, há 15 mil sócios.

No início deste ano foi realizada uma ação chamada —Brasil sem Transgênicos—, onde um grupo de 37 pessoas, à bordo do barco Artic (um quebra-gelo construído em 1975 para caçada de focas e comprado pelo Greenpeace anos depois) navegou entre Porto Alegre, Rio Grande, Paranaguá, São Paulo e Rio de Janeiro organizando, em cada porto, campanhas contra os transgênicos. Na oportunidade, eles distribuíam um guia para consumidor identificando alimentos com e sem transgênicos. A visibilidade das ações é uma das marcas da organização, que ajuda a atrair cada vez mais simpatizantes para suas causas. Na escala de Santos, por exemplo, 3700 pessoas formaram fila no cais para visitar o Artic. A estrutura do Greenpeace é formada por funcionários (que recebem para trabalhar), sócios (que contribuem com dinheiro) e voluntários (que desempenham diversas atividades). Os postos de ativistas são os mais cobiçados, pois são estes que se engajam diretamente nas ações de impacto. Estes, contudo, são selecionados a dedo, explica o diretor executivo da organização no Brasil Frank Guggenheim. – Temos muito cuidado, por que não podem devolver violência com violência, têm que ter um controle emocional muito grande para não reagir às provocações e agressões.- Ele conta que dos esquema de preparação fazem parte até sessões de dinâmica de grupo, onde um representa o guarda da fábrica ou policial agressivo e os outros treinam para não reagir. (Os Caminhos da Terra/julho/48-59)

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