Bananas trazidas de São Paulo estão proibidas de entrar no Rio de Janeiro por determinação da Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior. A resolução foi publicada ontem no Diário Oficial do Estado. A proibição, por tempo indeterminado, também vale para as bananas produzidas em estados do Norte, como Acre, Pará e Roraima. O problema se deve a uma doença chamada sigatoka negra, que, embora não atinja as bananas, ameaça a plantação. Segundo o secretário Christino Áureo da Silva, a medida foi tomada para preservar os bananais do Rio, que ocupam uma área de 23 mil hectares. “Já conseguimos, por meio de pesquisas, desenvolver algumas variedades resistentes à praga, mas não temos como plantar essas variedades em toda área de cultivo. Por isso, a melhor medida é impedir a entrada de bananas vindas de São Paulo”, explicou o secretário. Segundo Christino, 30 mil pessoas dependem diretamente da produção de bananas no estado, que consome sete mil toneladas da fruta por mês. A área de produção fluminense se concentra nas regiões Centro e Sul, perto da divisa com São Paulo. Para evitar a entrada da fruta, a secretaria vai reforçar as barreiras nas rodovias. Hoje, o Estado do Rio conta com duas barreiras fixas, instaladas em postos da Polícia Rodoviária, e cinco móveis. “Além da proibição, estamos adotando outras medidas preventivas. Se for necessário, também vamos erradicar as plantações nas áreas próximas à divisa com São Paulo”, avisa Christino. De acordo com o secretário, não há risco de desabastecimento da fruta. Os produtores de Minas Gerais e do Espírito Santo vão suprir os mercados. O maior fornecedor fluminense é o Estado de Minas (55%), seguido do Espírito Santo (16%), Rio (12%) e São Paulo (4%).