Fronteira México-EUA: as incertezas de um acordo ambiental
2004-07-06
Nada mais fluido do que o que está no ar. Quando se noticia que os Estados Unidos e o México assinaram um acordo para melhorar a qualidade do ar na fronteira, no último dia 23/06, fica-se pensando se este acordo é realmente compatível com os imperativos econômicos, com o frenesi de abertura do comércio etc etc. E fica-se questionando também: por que este anúncio se entre os 28 Estados norte-americanos que recentemente foram apontados entre os de melhor qualidade do ar estão justamente os do centro e os que fazem fronteira com o México? De certa forma, não dá mesmo para entender as maluquices da política ambiental norte-americana. Mas a foto está lá: o administrador Mike Leavitt, da EPA, agência de proteção ambiental dos Estados Unidos, e o secretário da Agência de Meio Ambiente e Recursos Naturais do México (SEMARNAT), Alberto Cardenas Jimenez, estão formalmente assinando papéis e posando para os fotógrafos. O programa pelo qual ambas as partes se comprometem a limpar o ar na fronteira, carregado pelos fumos de diesel de caminhões que fazem muitas vezes um comércio não muito legal, está orçado em US$ 13 milhões e deve se estender até 2012. A EPA, de quebra, ainda vai contribuir com aproximadamente US$ 475 milhões para a realização de projetos na área de águas residuais na fronteira, o que deve atingir 6,5 milhões de pessoas.