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2004-07-05
O coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, culpou a ausência do Estado brasileiro na região, pela morte de Adilson Prestes, assassinado a tiros de fuzil em frente a sua casa em Novo Progresso, na manhã de sábado. —Apenas com o fortalecimento das instituições públicas na região amazônica este tipo de crime poderá ser evitado no futuro—, disse Adário. —Enquanto reinar a impunidade, o Pará continuará sendo o campeão da violência—, afirmou. Prestes havia denunciado, no ano passado, ao Ibama, ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal, o suposto envolvimento de políticos e madeireiros da cidade de Novo Progresso, no oeste do Pará, com a grilagem de terra e a exploração ilegal de mogno em áreas indígenas e terras da União. Em uma entrevista à TV Globo gravada em Belém, em 2003, ele denunciou a ação do grupo e disse que estava sendo ameaçado: —A gente vem denunciando esses trabalhos escusos e temos sofrido várias ameaças—. Prestes chegou a desenhar um mapa indicando os locais da exploração de mogno e apontou a existência de um cemitério clandestino. Na época, ele revelou também que sua mulher havia desaparecido em circunstâncias misteriosas. Segundo reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, no sábado (3/7), o promotor que investigou o caso acha que houve omissão. De acordo com a reportagem, a Polícia Civil do Pará teria aberto inquérito para apurar as denúncias do pecuarista, mas o delegado encerrou as investigações sem indiciar ninguém. O relatório Observatório da Cidadania, do Faor (Fórum da Amazônia Oriental), afirma que, em junho de 2002, Adilson Prestes ficou 39 dias preso e foi torturado pela polícia do Pará. As informações constam do capítulo —Impunidade, Uma Realidade Permanente—, da publicação.

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